Em que consiste um viés inconsciente?
Em um conjunto de estereótipos sociais que todos nós temos sobre diferentes grupos de pessoas. O problema é que quando começamos a emitir juízos de valor para esses estereótipos, sem nenhuma evidência ou fato que justifique isso, atribuímos ao preconceito.
O cérebro é, entre outras coisas, uma máquina de classificar, e ele faz isso com tudo. Por exemplo, você leva cerca de um ano a um ano e meio para aprender a abrir uma porta. Então, uma vez que você tenha aprendido isso, você terá aprendido a abrir qualquer outra porta. Isso libera nosso cérebro para aprender centenas de milhares de outras coisas. É para isso que ele generaliza. O problema é que ele faz essa mesma generalização para tudo! Coisas e pessoas!
Quando o assunto é preconceito, estamos falando de processos automáticos. O cérebro classifica pessoas de uma mesma etnia, raça, gênero, características físicas, idiomas e outros detalhes. Aí, quando ele se depara com alguém com as mesmas características de outra pessoa com quem você teve uma experiência ruim, por exemplo, ele desgosta dela instantaneamente.
De acordo com um estudo realizado na Universidade Carleton, em Ottawa, no Canadá, as pessoas registram gostos e aversões, em menos de 1/20 de um segundo! É nessa velocidade que “rotulamos” alguém que acabamos de conhecer! Apenas por compará-la, inconscientemente, a alguém que já nos magoou ou prejudicou.
Então, da próxima vez que você achar que “o seu santo não bateu” com o de alguém, lembre-se que a neurociência já esclareceu isso e dê à pessoa uma chance de provar que é do bem.
Inês Cozzo é consultora, psicóloga, palestrante do CearáRh 2019, Congresso realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Ceará – ABRH-CE.