As pandemias são diferentes de qualquer outro desafio que enfrentamos como líderes. Não há palavras para descrever completamente o sentimento de pavor quando você descobre que um de seus colegas ficou doente. Também não há palavras para descrever o sentimento de orgulho quando você ouve um colega contar que está se esforçando para ajudar outras pessoas em áreas mais afetadas do mundo.
Como CEO ou líder, você sempre quer ter as respostas certas e saber o que fazer, mas nessas últimas semanas muitos de nós mergulhamos em uma situação que a maioria nunca havia enfrentado antes e que não tem respostas claras. Não posso deixar de pensar que o melhor caminho a seguir no momento é que os líderes compartilhem com seus colegas o que estão fazendo para enfrentar essa situação e o que aprenderam com os desafios do passado.
Compartilho com vocês o que já vi líderes bem-sucedidos fazerem para impulsionar o desempenho da liderança e manterem o desenvolvimento em um momento de crise como este:
• Tenha conhecimento do que este momento revela sobre seus líderes: durante a crise financeira de 2008-2009, muitas empresas descobriram que uma parte surpreendente de seus líderes não estava disposta a liderar ou era incapaz de liderar em um ambiente desafiador. Muitos também descobriram que haviam subestimado os líderes que avançavam de maneiras críticas e inesperadas. Então, observe o que o período revela sobre seu board. As próximas semanas vão expor trajes vazios e joias escondidas na superfície.
• Jogue no ataque e na defesa: as maiores mudanças no ranking competitivo de um setor ocorrem durante os momentos de incerteza, incluindo desacelerações. Medidas defensivas são essenciais, mas os melhores líderes também pensam estrategicamente sobre as oportunidades de continuar na ofensiva. Essa lição se aplica tanto à estratégia de talentos quanto à estratégia de negócios.
• Proporcione aos líderes em ascensão a latitude para liderar: durante uma crise, os executivos mais experientes têm uma tendência natural de tomar o controle, afastando a responsabilidade da liderança de seus subordinados diretos, em um esforço para mitigar os riscos. Como resultado, executivos em ascensão se tornam operadores e executores, não líderes e tomadores de decisão. As habilidades de liderança de sua equipe atrofiarão, e essas fraquezas ecoarão em suas avaliações de liderança dos próximos anos.
• Não acredite que entraremos em breve no mercado em busca de talentos: a contratação externa para os melhores talentos está prestes a ficar muito mais difícil. Em ambientes caracterizados por extrema incerteza e risco, os profissionais de alto desempenho em funções estáveis geralmente se tornam altamente avessos ao risco e não estão dispostos a arriscar uma transição, mesmo quando estão insatisfeitos com a situação atual. Muitos analistas acreditam que estamos indo para o mercado em busca de talentos. Nós não estamos.
Clarke Murphy
CEO da Russell Reynolds Associates
Especial para O POVO