A experiência atrelada ao processo de ensino e aprendizagem da educação formal nunca precisou evoluir tanto e tão rapidamente como agora. Parto do princípio, como professor universitário, que a educação está sempre apta a se adequar aos contextos onde está inserida, para que respeite as realidades de alunos e professores, os novos modelos de casa e de família, e o uso das tecnologias.
Os passos dados para que mantenhamos o dinamismo e a atenção aos anseios sociais, profissionais e humanos tiveram que assumir, no entanto, um ritmo mais do que alucinante, principalmente no que diz respeito à incorporação das tecnologias à rotina de estudos, devido ao necessário período de isolamento social a qual estamos submetidos, por conta da pandemia. Processo simples e fácil? De jeito nenhum. Adequar aulas planejadas do presencial para o remoto é uma das tarefas mais desafiadoras; engajar alunos, para que se sintam assistidos e motivados, outro desafio enorme também.
Educação a distância
Nossa sorte é que não deixamos, de certa forma, de acompanhar a história e o uso feito ao longo das épocas de muitas das ferramentas de comunicação, para que vençamos distâncias e outras limitações. Quem não lembra das teleaulas, transmitidas pela televisão; ou dos conteúdos de áudio, das fitas cassetes de cursos, como os de idiomas? E, mais recentemente, da opção da formação superior por intermédio de metodologias, como a do ensino a distância (EAD), possibilitadas pela ampliação do acesso à internet?
Leia também | 60 anos de “Quarto de despejo: diário de uma favelada” e a pandemia
Claro que o contexto é outro e talvez tenhamos perdido algo que nos é muito caro: escolher os caminhos que mais se adequam aos modos como ensinamos e aprendemos. Sugiro, então, não perdermos de vista o entendimento cada vez mais forte de que a experiência de compartilhamento do conhecimento não tem relação apenas com a infraestrutura ou a tecnologia, mas sim com a compreensão de que a vivência não pode ser, jamais, unilateral.
Ou seja, o professor se transformou em mediador do conhecimento, tomando como ponto de partida o que pensam os alunos, o que vem nos possibilitando vivenciar a “liberdade da fala” entre docentes e discentes. Ao não desconsiderarmos o aluno no processo e fortalecermos o seu protagonismo, também fazemos valer a ideia de “autonomia”. Sejam nas aulas remotas, nas presenciais ou nas de ensino à distância estejamos sempre atentos ao outro, respeitando-o para que, na conexão, a tecnologia seja o que ela realmente deve ser: apenas uma ferramenta.
Recomendados para você
- Escola