Jovens cearenses estão plantando conhecimento pelo Estado e colhendo bons frutos. O projeto Cactus atua, anualmente, incentivando cerca de 300 alunos do sistema público nos municípios de Tauá, Capistrano e Jijoca de Jericoacoara, por meio de olimpíadas científicas e bolsas escolares. A partir do incentivo aos alunos promovido pelo projeto nos três municípios, só este ano, ao todo, foram 18 estudantes premiados na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), 20 na Canguru Matemático sem Fronteiras, 41 na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e 54 na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA.).
Tudo começou em Tauá, quando o estudante David Araujo, inspirado pela oportunidade de ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), uma das instituições de ensino superior mais renomadas do país, reuniu-se com a mãe e decidiu retribuir à cidade todo o conhecimento que havia adquirido. Assim, em 2014, surgia o projeto Cactus.
Hoje, o projeto funciona em outros dois municípios cearenses, sendo organizados por jovens com uma trajetória muito parecida com a de David: estudantes que saíram de seus interiores por meio de oportunidades únicas de educação. Em Capistrano, o projeto começou em 2016 e é tocado por Victor Hill, bolsista do Insper, em São Paulo, instituto que é referência nacional no ensino superior de economia. Já em Jijoca, o Cactus começou este ano e é organizado pelas mãos de Jefferson Vianna, bolsista da Nova School of Business and Economics (SBE), em Portugal.
De acordo com Jefferson, a distância não impede ele e seus colegas de administrar de perto o funcionamento do Cactus no Ceará. A iniciativa, sem fins lucrativos, é sustentada com trabalho voluntário de professores, parceria de empresas, apoio da Prefeitura de cada cidade, doações e muita dedicação.
O projeto seleciona alunos por meio da Olímpiada Cactus de Ciência (OCC) para participarem de aulas voltadas, majoritariamente, às disciplina de exatas. Em cada cidade, são formadas duas turmas de cerca de 40 alunos: nível I, com estudantes do sexto e do sétimo ano, e nível II, com estudantes do oitavo e nono ano. Em Tauá, a quantidade de alunos por turma chega a 60.
O principal objetivo das aulas é preparar os alunos para a seleção da Organização não Governamental cearense (ONG) Primeira Chance, instituição que disponibiliza bolsas de estudo no ensino médio de colégios de alto nível em Fortaleza. O processo seletivo da Primeira Chance é composto por inscrição, prova e entrevista de pais e alunos na Capital cearense. Este ano, o Cactus apresenta 16 estudantes na fase final do processo seletivo da ONG.
Os alunos do projeto também são incentivados a participarem de outras olimpíadas anuais, como a Canguru Matemático sem Fronteiras, Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) e a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), a maior do Brasil. A experiência das provas e seus resultados, além de contribuírem para a formação educacional dos alunos, servem como termômetro para a avaliação da ONG Primeira Chance na seleção dos bolsistas.
Apesar de ter começado neste ano, os resultados do Cactus em Jijoca já se mostram altamente expressivos. De acordo com o responsável pelo projeto na cidade, Jefferson Vianna, só em 2018, cerca de 1.500 alunos de oito escolas participaram da Olimpíada Cactus de Ciência no município.
“O objetivo é dar oportunidades melhores. Mesmo que o aluno não consiga a bolsa da ONG Primeira Chance, ele vai conseguir entrar em uma escola técnica, por exemplo. Com essa escola técnica ou por causa dessas medalhas em olimpíadas, ele vai conseguir outras bolsas, vai conseguir estudar em outro estado, em escolas muito boas. O principal objetivo é preparar os alunos e incentivá-los, demonstrando que existe um caminho muito bom a ser seguido pela educação e que eles conseguem fazer isso. É dar novas oportunidades e sonho para os alunos do interior, mostrar que pode ser difícil, mas que tem pessoas fazendo isso, e tem gente próxima da realidade deles que consegue fazer isso, então eles também conseguem. É vender um sonho e dar exemplo”, explica Jefferson. O jovem, que saiu do interior do Ceará para o mundo, atualmente faz dupla titulação: bacharelado em Economia no Insper, em São Paulo, e mestrado em Economia na Nova SBE, em Lisboa.
Redação O POVO
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